Música. Literatura. Cinema. Banda Desenhada. História. Portugal. Cultura. Sociedade. Uma perspectiva sobre o que a Humanidade faz de melhor. De Beethoven a Jodorowsky. De Dune a SPQR. Gnothi Seauton.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
quarta-feira, 10 de julho de 2013
“O Relógio”
Não, não se trata do título de um filme. Nem, tampouco do último livro
que li. No entanto, “é baseado numa história verídica”, e portanto tem fortes
probabilidades de vir a ser adaptado ao cinema.
Passou-se comigo esta semana. Recebo um e-mail da gestora de conta do meu
banco. “Olá, Excelentíssimo Senhor Psy! Como está! Saudações radiantes e
jubilosas! (…) blablabla (…) Venho contactá-lo pois estamos com uma promoção
fabulosa! Pode adquirir um relógio da marca [CENSURADO POR THE PSY], que é uma
edição limitada, altamente exclusiva, do qual só existe uma dúzia de
exemplares, e é chiquérrimo, esbelto, cheio de estatuto, e atrai miúdas morenas
de olhos verdes, e até faz pizzas e pipocas, e mais uma data de coisas que não
pode perder!”
Ora, se a história parasse por aqui, já eu a acharia de mau gosto. Por
que carga de água vem uma gestora de conta tentar impingir-me um relógio XPTO
que deve custar tanto ou mais do que eu ganho por ano, ainda mais através do
meu mail pessoal? Mas a saga continua…
“O Senhor Psy pode adquirir esta peça fabulástica, indispensável ao
dia-a-dia, e que até deixaria o Jaime Bond corado de inveja, recorrendo caso
pretenda à aquisição de um cartão de crédito do banco [CENSURADO POR THE PSY],
não pagando quaisquer juros para o efeito! Diga lá se não é o máximo?”
Portanto, existe um banco, no qual eu deposito as minhas poupanças, que
acha decente aliciar um cliente com um relógio de luxo. Notem que censurei propositadamente
a marca do relógio e o nome do banco porque não estou interessado em fazer
publicidade a canastrões desta laia. E, como se tal não bastasse, pelo caminho ainda
tenta impingir um cartão de crédito, o qual estou certo que deve ter apenas
umas “pequeníssimas e insignificantes comissões”. Confesso que esta porra me
revolta, pois dou comigo a pensar quantas pessoas não terão sido vítimas da
má-fé desta gente sem vergonha ao longo dos últimos anos. Quantos cidadãos
comuns não foram enganados conscientemente por entidades bancárias, levados a
adquirir bens e serviços, e a subscrever uma data de tretas que os levou a endividarem-se,
e a contrair créditos para beneficiarem deste tipo de lixo. Isto é vergonhoso.
Eu sou um tipo muito bem informado, com capacidade de tomada de decisão e
avaliação escrutinada de tudo o que diga respeito a este tipo de situações, mas
quantas pessoas ficam na situação incómoda de não conseguirem dizer “não”?
Quantas pessoas caem neste conto do vigário? Muitas pessoas não têm a formação
necessária para saber sequer o que é uma conta à ordem, quanto mais saberem
tomar decisões quanto a produtos bancários e outras porcarias. Este género de
publicidade ultra-agressiva devia ser criminalizada. Foi graças a este “mundo
de facilidades e oportunidades únicas” que muitos incautos Portugueses se viram
numa situação de desespero, com perdas financeiras gigantescas, fruto de má-fé
pura por parte de quem tinha a obrigação moral de os ajudar a gerir as
finanças, quando para mais existe uma iliteracia financeira colossal na
sociedade actual.
Ainda há anos, e só para “colocar a cereja em cima do bolo”, recebo um
telefonema no meu telemóvel, numa manhã de sábado, ou domingo, da parte do
banco [CENSURADO POR THE PSY] a querer oferecer-me um cartão de crédito.
Estamos a falar de um banco do qual eu nunca fora cliente, onde nunca entrara,
e com o qual nunca tinha tido qualquer tipo de relação.
Julgo que partilhar este tipo de histórias é deveras importante para que
o maior número de pessoas esteja alertado para estes esquemas, e saibam mandar
estes tipos à merda quando vêm sorridentemente oferecer estas maravilhas do
Novo Mundo.
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domingo, 7 de julho de 2013
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