Desta feita vou falar do melhor jogo do mundo: Race For The Galaxy. Vá, OK, admito que Strip Poker com cinco
Suecas é capaz de ser melhor, mas para efeitos de boardgames fiquemos assim.
Race For The Galaxy é um jogo de cartas para 2 a 5 jogadores. O objectivo
de cada jogador é desenvolver o seu sistema planetário de modo a acumular o
maior número de pontos de vitória possível. Para fazê-lo dispõe de dois
mecanismos: planetas e infra-estruturas.
Parece simples, e no entanto é dos jogos mais brilhantemente complexos
que já joguei. As regras demoram a aprender, mas o grande apelativo do jogo é o
facto de não haver dois jogos iguais. Existem diferentes estratégias que levam
à vitória. A mais comum é a da aposta na “economia intergaláctica”, que passa
pela produção de recursos e troca dos mesmos por pontos de vitória. Mas depois
há a vertente militar, e o papel das infra-estruturas que podem alterar
significativamente o rumo do jogo.
Cada novo jogo implica uma abordagem diferente. Porventura o mais
importante (ou o mais decisivo) é o planeta de origem, que é sorteado
aleatoriamente, aliado à mão inicial. As primeiras duas ou três rondas são
cruciais para determinar o sucesso do jogo. Parece simples, mas cometer erros
nas rondas iniciais pode causar um atraso na “corrida” do qual já não se
recupera.
O jogo desenvolve-se por rondas, e consoante a “fase activa” escolhida
por cada jogador assim é traçado o perfil de cada ronda. Raras vezes há duas
rondas iguais. Não é possível explicar isto por palavras, só mesmo observando o
jogo. E de ronda em ronda os jogadores vão desenvolvendo os seus planetas
produtivos, aumentando a sua pontuação militar para conquistar planetas
guerreiros, e desenvolvendo as suas infra-estruturas para colher os bónus da
aposta nas mesmas.
É de longe dos jogos mais estimulantes que experimentei até hoje. A
jogabilidade é inesgotável, sendo impossível haver dois jogos seguidos que se
repitam. No primeiro jogo podemos seguir a estratégia de apostar num tipo de
recurso, e montar toda a infra-estrutura de apoio ao mesmo, enquanto no jogo a
seguir apostamos na vertente militar tentando forçar que o jogo seja o mais
rápido possível, impossibilitando os outros jogadores de acumularem pontos pela
via económica.
Depois existem as expansões, que introduzem novas mecânicas de jogo.
Apenas conheço a primeira, The Gathering
Storm, que introduz no jogo um conjunto de objectivos especiais, que podem
ser conquistados, e que mudam completamente a abordagem ao jogo.
Joga-se idealmente com 3 ou 4 jogadores, e cada jogo dura aproximadamente
30 minutos. Viciante, apaixonante, somente recomendado a quem gosta de jogos
complexos e que obrigam a pensar exaustivamente. É sem margem para dúvidas o
meu jogo de eleição (se bem que o tal das Suecas…).