Antigamente vigorava aquela máxima “o
cliente tem sempre razão”. Apesar de ser obviamente um exagero denotava o
cuidado e atenção que existia para com os clientes. Infelizmente, mudam-se os
tempos, mudam-se as vontades, e os clientes são cada vez mais tratados como
números (ou como bichos). Falta de educação básica por parte de quem atende
está muitas vezes na origem das queixas dos clientes, mas a fraca qualidade da
prestação de um serviço não deve ser de modo algum deixada em branco.
Muitas vezes indignamo-nos com certas
atitudes, mas como somos um país de brandos costumes, acabamos quase sempre por
encolher os ombros e assumir a postura de “não vale a pena uma pessoa
chatear-se”. Errado. Quanto menos mostrarmos a nossa indignação, mais vão
abusar da nossa boa-fé.
É para isso que existe o “Livro de Reclamações”.
Infelizmente as autoridades Portuguesas nunca se preocuparam muito em informar
os cidadãos quanto aos seus direitos, e quanto ao recurso ao Livro. Limitam-se
a exigir que seja colado um poster na parede a dizer “neste estabelecimento
existe livro de reclamações”.
Um cidadão não deve hesitar ou “ter
vergonha” de exigir o Livro
de Reclamações quando confrontado com uma situação que
entenda ser lesiva para a sua dignidade, nem deve vacilar quando alguém “vai
chamar um qualquer chefe” que cheio de paleio tenta dissuadir a pessoa de
apresentar a reclamação, ou até mesmo intimidá-la. Se for esse o caso, o
cidadão até deve apresentar duas queixas distintas no Livro.
A Lei obriga a que uma reclamação seja
declarada no espaço de cinco dias úteis à autoridade competente (e que
erradamente, a meu ver, não é apenas uma autoridade, mas varia consoante o
sector). Aquando do preenchimento, este é realizado em triplicado, sendo que
uma cópia é para o queixoso, outra é para o estabelecimento/serviço sobre o
qual pende a reclamação remeter à autoridade, e a terceira cópia fica sempre no
livro, não podendo ser removida.
Antes de um cidadão preencher uma reclamação deve fazer um rascunho, enunciando claramente os motivos da sua queixa, e deve fazê-lo num texto curto e objectivo. Devem ser evitadas quaisquer “adjectivações feitas com a cabeça quente”, ou juízos de valor. Posteriormente, o reclamante pode (e deve) enviar uma cópia da folha que ficou consigo para a administração da empresa e para a autoridade competente.
Antes de um cidadão preencher uma reclamação deve fazer um rascunho, enunciando claramente os motivos da sua queixa, e deve fazê-lo num texto curto e objectivo. Devem ser evitadas quaisquer “adjectivações feitas com a cabeça quente”, ou juízos de valor. Posteriormente, o reclamante pode (e deve) enviar uma cópia da folha que ficou consigo para a administração da empresa e para a autoridade competente.
Sempre que possível e necessário devem
ser guardadas todas as facturas, e anotadas todas as datas, horas, e outras
informações relevantes. Se o caso for particularmente grave, devem ser procuradas
testemunhas, ou contactado um advogado.
As autoridades competentes irão então
avaliar o caso e, se assim o entenderem, poderão multar a entidade sobre a qual
recai a reclamação.
Esta é a única forma de garantir que
somos respeitados, e que os abusos de que fomos alvo não se repetem com outras
pessoas.
Eu já apresentei reclamações relativas
a um fornecedor de energia, a uma grande superfície comercial, a um operador de
comunicações, a uma empresa pública de estacionamento, e a uma câmara municipal,
entre outros. A conclusão a que cheguei é simples: dirigir uma reclamação à
administração de pouco ou nada serve, porque não se dignam a responder, ou
fazem-no com aquelas cartas pré-formatadas onde nos garantem que “o nosso
contacto foi alvo do mais alto interesse e que nos estão gratos por
blablablablabla”. Na queixa que apresentei no referido operador de comunicações
até tiverem a “nobilíssima atitude” de mandar um desgraçado do call centre
telefonar-me, para dar resposta à minha queixa, mas onde o pobre coitado nem
sequer tinha tido acesso à carta que eu enviara, e portanto nem sabia ao certo
do que tratava o assunto. Eu agradeci-lhe a atenção, respeitando o trabalho
dele, e disse que não valia a pena continuar com o telefonema.
Moral da história: se acham que a
reclamação merece a devida atenção, peçam o livro.
Mais informações a respeito deste procedimento podem ser consultadas no site da Deco: link
Para pedir informações ou aconselhamento, pode ainda ser contactada a ASAE, autoridade que fiscaliza boa parte dos sectores em questão.
Mais informações a respeito deste procedimento podem ser consultadas no site da Deco: link
Para pedir informações ou aconselhamento, pode ainda ser contactada a ASAE, autoridade que fiscaliza boa parte dos sectores em questão.
Nota: Este blogue NÃO dispõe de Livro de Reclamações.
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