Best Movie Ever. Nunca pensei sair de uma sala de cinema depois de ver um
filme de super-heróis e dizer para comigo “Zoh-my-God, este filme é fenomenal,
um clássico à altura de «O Padrinho», «Blade Runner», ou «2001, Uma Odisseia no
Espaço»”. Acreditem, este filme é mítico!
Pronto, agora que já gozei com os cretinos que lêem apenas o primeiro
parágrafo, e não levam o texto até ao fim, passemos a coisas sérias. Este filme
é um pedaço de caca que nem para adubar urtigas serve.
Durante a minha infância (ou seja, quarta-feira passada) passei largas
horas a devorar as revistas de banda desenhada da Marvel, sempre fascinado
pelas suas histórias imaginativas e que desafiavam a realidade. Se as contas
não me falham, este será já o sexto filme em redor do título “X-Men”. Já em 2009
a Marvel tinha-se dado ao luxo de fazer um filme dedicado em exclusivo à
personagem Wolverine, e esse também foi um daqueles Best Movie Ever, que de tão bom que é não tenho dúvidas que marca
presença em todas as listas dos piores filmes de todos os tempos. Mas enfim, lá
me conseguiram apanhar distraído e inocentemente dei comigo numa sala de cinema
a pensar “bom, pior do que o anterior não pode ser…”. Ao menos aí acertei. Não
é tão mau como o anterior, mas faz um sério esforço para estar à altura desse
título.
Nem sei por onde começar. Esperem, já sei! Não vejam o filme! Acreditem
no Psy. Poupem os vossos 5 euritos, e guardem-nos para coisas mais importantes.
Por exemplo, para comprar um par de cuecas novas. É sempre bom ter cuecas lavadas
em casa.
A premissa do filme até era boa: explorar a ligação de Wolverine ao
Japão, à yakuza, e à sua esposa,
Mariko. Tudo isto faz parte do mythos
de quem cresceu a ler “revistinhas aos quadrinhos”. Só que o problema está no
facto de que quem escreveu este Best
Movie Ever perceber tanto de cultura Japonesa como eu, que basicamente se
resume ao Dragonball, ao Songoku e às
sete bolas de cristal. Os energúmenos de Hollywood acham que basta meter uma
armadura samurai em cena, umas quantas espadas penduradas na parede, e umas
moçoilas bonitas vestidas com kimono, et
voilá! Temos algo ao nível de um Kurosawa! Não, lamento. Tudo neste filme é
tão reles, que qualquer pessoa que tenha um mínimo de respeito pela tradição
Japonesa vomita três vezes antes do filme chegar ao intervalo.
O filme começa precisamente no dia em que é lançada a bomba sobre
Nagasaki, com o Wolverine e um soldado nipónico a sobreviverem à explosão. É
pena. Se estas duas personagens estivessem entre as vítimas da bomba, o filme
terminava ao fim de dois minutos, e assim não seria tão mau. A propósito, sabem
que a cidade de Nagasaki foi originalmente fundada pelos Portugueses? Ora, nem
mais. Estão a ver como neste blogue, até a falar de um filme que é um pedaço de
cocó, aprendem coisas de jeito?
Mas continuando, depois da bomba o filme (infelizmente) continua. Embora
eu não saiba muito bem o que se passa, porque o argumento é tão convincente, e
tão bem escrito que a única coisa que “faz sentido” (subentenda-se o sarcasmo) é
que aparecem ninjas e há uma viagem num comboio de alta velocidade. E ambos
estes tópicos são muito importantes para a qualidade do filme. O Ninja das
Caldas consegue ser mais convincente do que estes ninjas, e as cenas no TGV são
tão boas que este filme merecia um Oscar “de qualquer coisa” só pelo conceito.
O pessoalzinho de Hollywood continua a acreditar que no tejadilho de um comboio
que vai a 400 km/h é plausível dar pulinhos e brincar aos espadachins. Bom, ao
menos este filme tem o mérito de não ser tão ridículo como o “Missão
Impossível”, onde para além dos pulinhos e das facas há ainda um helicóptero
preso ao comboio por um cabo. Estão a ver? Eu consigo sempre encontrar coisas
positivas em todos os filmes. Mas este até tem uma série de coisas positivas!
Por exemplo, dura menos de três horas (o The
Dark Knight Rises nem isso); tem intervalo, o que também é positivo, pois
significa que das duas horas que estamos dentro do cinema há pelo menos cinco
minutos em que o filme não está a correr; e além do mais, não entra o
Super-Homem. Eu odeio o Super-Homem.
Nem me vou dar ao trabalho de falar da monumental estupidez que é toda a
história desta magnífica obra da Sétima Arte, pois um chimpanzé de três meses
consegue perceber quão estúpido e inverosímil e sem pés nem cabeça é TODO o
argumento. Anda toda a gente muito preocupada com as notícias de haver cada vez
menos espectadores a ir ao cinema. Epá, às tantas é porque já chegámos à
conclusão que 9 em cada 10 filmes que lançam valem menos que um par de cuecas
lavadas. Ou mesmo sujas, como é o caso deste. Aliás, lanço daqui um apelo a
todos os internautas: não façam o download
ilegal desta coisa. Respeitem a vossa largura de banda! É um crime ocupá-la com
isto…
Ao menos como filme de comédia é extremamente eficaz. Consegue fazer-me
rir mais do que todos os filmes do Ben Stiller e do Adam Sandler juntos (outros
que também Best Movie Ever). É tudo
tão ridiculamente mau neste filme, que uma pessoa chora a rir. Cada vez que eu
estiver deprimido, basta-me pensar nos yakuza
deste filme, e fico logo curado.
Geralmente, até consigo dizer “bom, mas ao menos a banda sonora safa o
filme”. Não! Não, não, não, não, não! Foram buscar alguém (Marco Beltrami) igualmente
mau para “fazer uns barulhos”. Em suma, se este fosse um filme mudo, sem som, e
onde os gajos morressem com a bomba nos dois minutos iniciais, até era capaz de
ser uma coisa decente! E ainda há quem tenha ficado surpreendido por eu dizer
bem dos “robots gigantes à porrada com dinossauros” (e vão onze! Hehehe! Aposto
que chego às 20 antes do fim do ano!).
No meio disto tudo, só tenho pena do Hugh Jackman. Acho-o um bom actor, e
um artista fenomenal (viram-no na apresentação dos Oscares há uns anos?), e
acaba por ter que ficar conotado a estas coisas. Não tenho dúvidas que nenhum
outro actor assentaria no papel de Wolverine melhor do que Jackman, mas é pena
que esteja sempre fadado a participar nestas caganeiras. Ao menos as actrizes
Japonesas que contracenam com ele não são com o peixe-morto de que falei no
“Batalha do Pacífico”.
Terminando, caso ainda haja alguém que esteja a hesitar e a considerar ir
ver o filme, lembrem-se que os conselhos do Psy são sempre úteis. Optem pelas
cuecas novas.
Pelo Melhor:
Os trailers que passaram antes
do filme começar foram giros… Vá, vá, vamos tentar ter uma postura construtiva.
Ok, no filme aparece um arco Japonês (torii)
que resistiu à explosão da bomba atómica, e há fotografias históricas
excepcionais a assinalar esse facto. E o que é que isto tem a ver com o filme?
Absolutamente nada, mas ao menos quem teve o mérito de ler este post na íntegra sai daqui a saber uma
coisa nova. Vêem como vos trato bem?
Pelo Pior:
LOL, é mesmo preciso escrever mais alguma coisa? Vá, ok, postura
construtiva! O filme tem mais de dois minutos. Essa é a parte pior. Tem algumas
cenas memoráveis, pela sua qualidade, como uma onde os maus vão atrás dos bons,
e entram aos tiros numa casa de jogos, onde estão muitas pessoazinhas a jogar
em slot machines… e que assim
permanecem, como se nada se passasse.
P.S. Isto é tão mau que até o próprio trailer tem mais de dois minutos…
As minhas sinceras desculpas. Gomenasai!
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