quarta-feira, 24 de junho de 2015

James Horner


Ele há coisas do diabo… Ando a aguardar por Dezembro de 2015, por alturas do lançamento do “Episódio VII”, para finalmente escrever sobre John Williams, o meu compositor de eleição. Quis as voltas que este mundo dá que eu acabasse, inesperadamente, a escrever sobre James Horner. E é com tristeza que o faço, postumamente.
Não posso dizer que James Horner estivesse entre os meus compositores preferidos. Tive sempre a sensação que alternava entre o muito bom e o muito mau, e meti na cabeça que o fabuloso “The Planets”, de Gustav Holst (uma das obras mais influentes, e menos conhecidas do século XX), lhe tinha servido repetidas vezes de inspiração. “Conheci-o” pelos finais dos anos 90, graças às bandas sonoras de Titanic e Braveheart. O tempo deu-me a oportunidade de explorar muita da sua música, nomeadamente as peças mais originais como o fabuloso, inspirador, comovente, brilhante “Elora Danan”, da banda sonora de Willow. E, acreditem, quando digo “muita da sua música” é apenas uma gota no oceano. Vale a pena dar um salto ao IMDB ou à Wikipedia para ter noção da dimensão da obra de Horner.
Apesar de o único Oscar da sua carreira ter sido ganho em Titanic (com um trabalho fabuloso), não há como não colocar Braveheart no topo de qualquer escala. É uma das melhoras bandas sonoras de todos os tempos, e a prova do talento de James Horner. A variedade de temas, a inspiração escocesa, o respeito pela cultura e pela linguagem “daquilo que estava a representar” fazem daquela obra um marco cultural único. Do sublime tema principal, ao estrondoso “Mornay’s Dream”, ao arrepiante “Freedom”, ao sussurrante “For the Love of a Princess”, ao épico-que-faz-tremer-a-terra “The Battle of Stirling” é difícil encontrar um tema entre os dezoito da banda sonora que seja menos do que perfeito.
Das incontáveis horas que passei a sonhar na minha “pós-infância” agarrado aos phones, muitas devo-as a James Horner. Tenho para com ele uma incobrável dívida de gratidão, comovida, enquanto apaixonado por música instrumental-sinfónica-clássica. Não tenho dúvidas que perdemos um dos grandes músicos do nosso tempo, um dos artistas a que nos referimos com “a” maiúsculo. Resta-nos fazer perdurar o seu legado, imortalizando-o, para que a sua voz não se perca.

The Battle of Stirling (Braveheart OST, 1995)

Elora Danan (Willow OST, 1988)



P.S. Façam um favor a vocês mesmos, e não se fiquem pelo “The Battle of Stirling”. Ouçam a banda sonora completa, e depois tentem imaginar a cena do grito sem aquela música.

1 comentário:

  1. e olha que os volumes adicionais de música dessa banda sonora tb não são nada de deitar fora

    ResponderEliminar