terça-feira, 14 de junho de 2011

X-Men: First Class (crítica)

Os filmes de super-heróis estão na moda. E isso são boas notícias? Nem por isso...
Desde que os dois gigantes dos comics americanos - Marvel e DC - se aperceberam que as vendas das bandas desenhadas de super-heróis se estavam a afundar arriscaram numa aposta inteligente: o cinema. Não só já têm um longo património construído (quer em termos de histórias, quer em termos de fãs), como conseguiam uma espécie de “co-geração”: tinham receitas com os filmes, e aproveitavam para fazer publicidade aos seus históricos heróis.
Depois de ter sofrido com os inenarráveis “X-Men 3” e “Wolverine” a minha vontade de ir ver “X-Men: First Class” não era por aí além. Mas um grupo de vilões intergalácticos acabou por me arrastar para o cinema, e logo no Dia dePortugal!
O filme está bastante superior ao que era expectável, o que é muito bom. Mas não é menos verdade que já nos habituámos a não esperar muito de Hollywood... Nos dias que correm, é preciso ir cinco vezes ao cinema para conseguir apanhar um filme decente. A criatividade é um recurso escasso. Os argumentos são cada vez mais substituídos por “efeitos digitais” (na minha perspectiva, nem merecem ser considerados efeitos especiais na maioria das vezes). E quando uma pessoa está sentada numa sala de cinema, e já antecipa os próprios diálogos que se vão desenrolar... torna-se aborrecido. Outrora, uma ida ao cinema era uma excitação grande. Actualmente, é como ver a abertura das notícias às 20h: passados os primeiros 2 minutos começamos a fazer zapping...
Mas vamos aos pontos positivos do filme. Em primeiro lugar, um monumental destaque para um filme que é falado em nada menos do que cinco línguas. Para ser perfeito só faltou que uma dessas línguas fosse a de Camões. Inglês, Francês, Alemão, Espanhol e Russo. Depois da vergonha que foi ver no “Piratas das Caraíbas 4” os espanhóis a falarem “inglês com sotaque”... Palmas de pé para quem teve o arrojo de colocar os actores a falar tantas línguas! E aqui há aquele que a meu ver é o outro destaque do filme: Michael Fassbender. Não faço ideia quem é este gajo. Não me lembro de o ter visto em qualquer outro filme. Mas consegue criar um Erik Lehnsherr (vulgo Magneto) com dimensão, identidade, e muita categoria. Todo o elenco está muito bem, mas Fassbender está simplesmente brilhante. James McAvoy interpreta um Professor X muito diferente do habitual, mas que consegue um bom resultado. A parceria com Jennifer Lawrence (toda giraça, mesmo quando está azul - Mystique) dá uma química muito própria, e cheia de dinâmica, ao filme.
Não irei revelá-lo aqui, mas há ainda um “convidado especial” no filme, porventura inesperado, que faz “o momento do filme”.
Entre os pontos negativos do filme, uma clara referência aos previamente mencionados “efeitos digitais”. Gastam milhões de dólares em efeitos de computador para termos um submarino a ser arrancado do mar, a ser arrastado ao longo de uma praia, e depois temos um quarto de hora de cenas passadas na praia, com o submarino em pano de fundo, e a praia toda limpinha, e arranjadinha, como se nada se tivesse passado... Era preciso assim um génio tão grande para notar isto?

Pelo melhor: a interpretação marcante de Fassbender, e o facto de, pasmem-se!, o filme não ser em 3D!

Pelo pior: o “Fera” que parece um boneco de peluche azul com brilhantina, cruzado com um dos macacos originais de “O Planeta dos Macacos”.
 “The Force is strong with you, young Skywalker... mesmo que tenhas um balde da Tupperware na cabeça.”
“Acredita... se apagares a luz, debaixo dos lençóis nem dás por eu ser vermelho e ter cauda...”

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