sexta-feira, 17 de maio de 2013

Oblivion



Are you an effective team?
Pois, é preciso ver o filme para reconhecer a frase. Então e o que me leva a falar de “Oblivion” quase um mês depois de o ter visto? Basicamente a preguiça que me deu nas semanas anteriores para o fazer mais cedo.
Oblivion é um filme de ficção-científica protagonizado por Tom Cruise. E este foi talvez um dos motivos que me levou a ir ao cinema. Eu não sou particularmente fã do Tom Cruise. Mas já repararam que ele não costuma entrar em barretadas cinematográficas? É dos actores mais inteligentes a escolher os papéis que assume. Pena é que tenha criado o “estilo Tom Cruise” e nunca saia do mesmo papel. Pena, acima de tudo, porque ele é de facto um grande actor, como comprovou há muitos anos com o genial Lestat em “Entrevista Com o Vampiro”. Mas prefere refugiar-se no seu estilo próprio e não arriscar. E é por isso que este Jack Harper é na realidade o Ethan Hunt de “Missão Impossível”, que por sua vez também é o tipo que entra no “Relatório Minoritário” ou na “Guerra dos Mundos” (oops, e eu a dizer que o Cruise nunca entrava em barretadas…).
Mas adiante. O filme é realizado por Joseph Kosinski, um novato por estas andanças, e que só conta com “Tron Legacy” no currículo (e convenhamos que isso não é grande currículo). Mas este Oblivion é de se lhe tirar o chapéu. É um filme com uma identidade muito própria. Especialmente em termos de fotografia (num trabalho deslumbrante do chileno Claudio Miranda – que curiosamente ganhou o Oscar por “Life of Pi” na última cerimónia – cujas paisagens pós-apocalípticas são inspiradoras, e cheias de elementos quase poéticos do ponto de vista visual. As comparações com “Prometheus” são quase inevitáveis, embora o estilo mais zen deste filme me tenha agradado mais.
A história é ficção-científica pura, genuína, e com alguns twists engraçados, e com muitas referências de homenagem a “2001: Uma Odisseia no Espaço”. Parte de uma premissa simples: a Terra foi praticamente destruída no futuro, e há uma equipa composta pelo protagonista e pela sua esposa que estão a ajudar umas máquinas gigantescas a filtrar a água dos oceanos para a levar para as colónias além-espaço, onde os sobreviventes humanos se refugiaram. Existe uma química espantosa entre Cruise e Andrea Riseborough, que dá um toque de classe notável ao filme. Até ao momento em que entra em cena Olga Kurylenko, que é basicamente uma menina bonita e podre de boa, mas que a meu ver serve mesmo só para “fazer de Bondgirl”.
Pelo meio também entram em acção os “scavengers”, os maus da fita, e que são o piorzinho do filme, particularmente em termos visuais, entrando em de-sintonia com tudo o resto no filme. Até compreendo, tendo em conta que o ponto de partida do filme foi uma graphic novel idealizada pelo realizador, mas acaba por parecer algo demasiado à margem de tudo o resto…
E é aqui que entra o restante elenco, que também não é de ir por aí além. Morgan Freeman limita-se a fazer de Morgan Freeman, e o “Jaime Lannister de Game of Thrones” limita-se a fazer de… “Jaime Lannister de Game of Thrones”.
Guardei o principal para o fim: a banda sonora. Electrónica do melhor que há, feita pelo duo francês M83. A conjugação de alguns momentos visuais, com a música… *suspiro*. Deixo só um cheirinho do onírico “StarWaves”:

A ficção-científica assim até tem outro sabor! E quem tiver inteligência suficiente, compreende que a história é uma viagem exploratória ao íntimo do ser humano.

Pelo Melhor:
A realização conjugada com a fotografia, resultando num casamento muito bonito. Momentos como o do drone a passar pela cortina transparente em slow motion… Mamma mia!
A casa! Eu quero viver numa casa daquelas!!!

Pelo Pior:
Uma direcção de actores nada convincente. Nem sempre os nomes sonantes são significado de bons resultados. Actores conhecidos a fazer papéis mais do que batidos… meh!


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