Are you an effective team?
Pois, é preciso ver o filme para reconhecer a frase. Então e o que me
leva a falar de “Oblivion” quase um mês depois de o ter visto? Basicamente a
preguiça que me deu nas semanas anteriores para o fazer mais cedo.
Oblivion é um filme de
ficção-científica protagonizado por Tom Cruise. E este foi talvez um dos
motivos que me levou a ir ao cinema. Eu não sou particularmente fã do Tom
Cruise. Mas já repararam que ele não costuma entrar em barretadas
cinematográficas? É dos actores mais inteligentes a escolher os papéis que
assume. Pena é que tenha criado o “estilo Tom Cruise” e nunca saia do mesmo
papel. Pena, acima de tudo, porque ele é de facto um grande actor, como
comprovou há muitos anos com o genial Lestat em “Entrevista Com o Vampiro”. Mas
prefere refugiar-se no seu estilo próprio e não arriscar. E é por isso que este
Jack Harper é na realidade o Ethan Hunt de “Missão Impossível”, que por sua vez
também é o tipo que entra no “Relatório Minoritário” ou na “Guerra dos Mundos”
(oops, e eu a dizer que o Cruise nunca entrava em barretadas…).
Mas adiante. O filme é realizado por Joseph Kosinski, um novato por estas
andanças, e que só conta com “Tron Legacy” no currículo (e convenhamos que isso
não é grande currículo). Mas este Oblivion é de se lhe tirar o chapéu. É um
filme com uma identidade muito própria. Especialmente em termos de fotografia
(num trabalho deslumbrante do chileno Claudio Miranda – que curiosamente ganhou
o Oscar por “Life of Pi” na última cerimónia – cujas paisagens
pós-apocalípticas são inspiradoras, e cheias de elementos quase poéticos do
ponto de vista visual. As comparações com “Prometheus” são quase inevitáveis,
embora o estilo mais zen deste filme me tenha agradado mais.
A história é ficção-científica pura, genuína, e com alguns twists engraçados, e com muitas
referências de homenagem a “2001: Uma Odisseia no Espaço”. Parte de uma
premissa simples: a Terra foi praticamente destruída no futuro, e há uma equipa
composta pelo protagonista e pela sua esposa que estão a ajudar umas máquinas
gigantescas a filtrar a água dos oceanos para a levar para as colónias
além-espaço, onde os sobreviventes humanos se refugiaram. Existe uma química
espantosa entre Cruise e Andrea Riseborough, que dá um toque de classe notável
ao filme. Até ao momento em que entra em cena Olga Kurylenko, que é basicamente
uma menina bonita e podre de boa, mas que a meu ver serve mesmo só para “fazer
de Bondgirl”.
Pelo meio também entram em acção os “scavengers”, os maus da fita, e que
são o piorzinho do filme, particularmente em termos visuais, entrando em de-sintonia
com tudo o resto no filme. Até compreendo, tendo em conta que o ponto de
partida do filme foi uma graphic novel
idealizada pelo realizador, mas acaba por parecer algo demasiado à margem de tudo
o resto…
E é aqui que entra o restante elenco, que também não é de ir por aí além.
Morgan Freeman limita-se a fazer de Morgan Freeman, e o “Jaime Lannister de
Game of Thrones” limita-se a fazer de… “Jaime Lannister de Game of Thrones”.
Guardei o principal para o fim: a banda sonora. Electrónica do melhor que
há, feita pelo duo francês M83. A conjugação de alguns momentos visuais, com a
música… *suspiro*. Deixo só um cheirinho do onírico “StarWaves”:
A ficção-científica assim até tem outro sabor! E quem tiver inteligência
suficiente, compreende que a história é uma viagem exploratória ao íntimo do
ser humano.
Pelo Melhor:
A realização conjugada com a fotografia, resultando num casamento muito
bonito. Momentos como o do drone a
passar pela cortina transparente em slow
motion… Mamma mia!
A casa! Eu quero viver numa casa daquelas!!!
Pelo Pior:
Uma direcção de actores nada convincente. Nem sempre os nomes sonantes
são significado de bons resultados. Actores conhecidos a fazer papéis mais do
que batidos… meh!
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