terça-feira, 18 de junho de 2013

Guerra aos Outdoors


Venho pela presente declarar guerra, unilateralmente, e sem o aval das Nações Unidas, aos outdoors das campanhas eleitorais! E, já agora, a todos os outros. Estou à beira de me tornar uma espécie de D. Quixote e atravessá-los com uma lança de um lado ao outro.
Todos os concelhos por onde passo estão vandalizados por estas belos pedaços de “mobiliário urbano”. Não sei quem teve a feliz ideia de apelidar isto de “mobiliário”, pois confesso que em casa não tenho vontade de pegar num machado e desfazer a mobília. Em cada rotunda amontoam-se por vezes 4 ou 5 de todas as cores, com carantonhas gigantescas, e frases que denotam um brilhantismo único. Deve haver um catálogo com estas frases, pois são todas de uma qualidade que os seus autores são sérios candidatos aos Prémios Camões, Pessoa, e porventura ao Nobel da Literatura.
Até na Estrada Marginal – a mais bela do país, e uma das mais bonitas da Europa – a cada 100 metros somos brindados com esta trampa. Vai uma pessoa a conduzir, a olhar para o mar, e pumba!, leva com um penico daqueles nas ventas. Se fossem todos…
E dadas as minhas claras limitações intelectuais, alguém é capaz de me explicar em que momento da sua vida decidiu em quem é que ia votar ao olhar para um outdoor? Confesso que não me estou a ver a dar voltas numa rotunda, a olhar para os outdoors todos, e num súbito momento de inspiração: “Ha! É naquele!”.
Não conseguem fazer campanha sem esta selvajaria? Sem vandalizar o espaço público? Sem rebentar com calçadas, relvados, e inventar os sítios mais mirabolantes para escarrapachar aquelas cagadas de Arte Moderna?
Dá vontade de arrancar com uma espécie de “compromisso secreto entre todos os eleitores” para a malta se recusar a votar em qualquer candidato que use outdoors.

Raios partam estes tipos! Fazem-me lembrar quando era miúdo e o circo vinha à cidade, os prédios todos atafulhados com cartazes cheios de cor a anunciar o circo. E depois colavam uns 10 seguidos, todos juntos, que era para terem a certeza que a malta percebia mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, mesmo, que vinha aí circo! Enfim, mas esses ao menos anunciavam algo que nos fazia rir, e enchia de alegria. Estes “novos artistas circenses” só nos fazem chorar…

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