terça-feira, 13 de maio de 2014

“Un bel di vedremo”, Renata Scotto (Puccini)




O momento supremo da História da Ópera, porventura da Música. A fabulosa “Madama Butterfly” de Puccini é (discutivelmente) o supra-sumo de todas as óperas. É uma das mais trágicas e comoventes histórias alguma vez tratadas em ópera. Butterfly é uma jovem japonesa que vive um romance trágico com um marinheiro americano, com quem tem um filho antes de ele a deixar e voltar para os Estados Unidos. Butterfly passa os dias a ansiar pelo seu regresso. Mas quando Pinkerton volta ao Japão vem acompanhado da sua nova esposa americana, com a intenção de levar o filho consigo de regresso aos EUA. Perante o sofrimento, Butterfly não vê alternativa senão fazer o que os japoneses escolhiam quando confrontados com a desonra…
É uma ópera fortíssima, e que tem no 2º acto uma das árias mais importantes de tudo o que foi feito em ópera, “Un bel di vedremo”. Algo que só está ao alcance das grandes, grandes, grandes sopranos.
Existe uma interpretação, da italiana Renata Scotto, acompanhada pela orquestra dirigida por Sir John Barbirolli, que supera tudo o que artisticamente foi feito. Não há sequer termo de comparação com as outras intérpretes. O trabalho vocal é digno de parar o coração. Nem a orquestra a consegue acompanhar. O minuto final é arrepiante.
Depois disto, não existe mais Arte…

Madama Butterfly, Giacomo Puccini, 1904
Renata Scotto, John Barbirolli

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