sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

“Lankhmar”, de Fritz Leiber

The seven glows faded altogether. So faintly the two men could barely hear it – yet hear it each did – the fluty voice inquired. “Are you afraid?” Then they heard a grating of rock, a very faint sound, yet somehow ponderous.

So ended the first encounter of Fafhrd and his comrade with Ningauble of the Seven Eyes.



Não é segredo para ninguém que O Magnífico é um grande apreciador de literatura de fantasia. Apesar de nos dias que correm ser um dos estilos mais prolíferos que as editoras levam ao mercado, não menos verdade é que grande parte da boa literatura de fantasia já foi escrita há muito, e que actualmente são lançados todos os dias nas livrarias clones mal sucedidos de Tolkien e companhia.

Fritz Leiber e a sua série “Lankhmar” são pouco conhecidos fora do circuito mais elitista dos aficionados de fantasia. Leiber criou duas personagens que dão pelo nome de Fafhrd e Gray Mouser. Enquanto o primeiro é um bárbaro Nortenho, o segundo é um ladrão cosmopolita. Tornam-se inseparáveis nas suas aventuras depois de se conhecerem na mítica cidade de Lankhmar, a mais esplendorosa do mundo. Ao contrário do que acontece na maioria da literatura fantástica, Fafhrd e Gray Mouser não têm como missão “partir numa demanda épica para salvar o mundo dos Senhores das Trevas”. Pelo contrário. São dois ladrões a quem apenas interessa chegar ao fim do dia com o saque necessário para pagar umas canecas de cerveja numa das tabernas da cidade. E a vida de ambos é repleta de aventuras, todas elas exóticas e muito imaginativas.

A série Lankhmar é composta por vários títulos, constituídos na sua maioria por histórias curtas, que geralmente não estão interligadas. A escrita de Leiber é fluida e bastante cuidada, chegando por vezes a ter um toque de inspiração quasi-Shakespeareana, mas não é uma leitura fácil, em especial quando o autor obriga os leitores a estarem atentos à acção, que pode mudar de uma linha para a outra sem qualquer aviso prévio. Num parágrafo Fafhrd e Gray Mouser podem estar a decidir ir investigar uma torre no meio de uma floresta, e no parágrafo seguinte já estão de regresso.

O que torna as duas personagens interessantes é a sua fragilidade. A maioria das histórias envolve ter os dois a fugir desesperadamente de inimigos consideravelmente mais fortes e numerosos, levando-os muitas vezes a terem que se esconder para evitar levar uma surra ainda maior. Existe uma grande semelhança entre esta série e o “Conan” de Robert E. Howard. Estas duas obras foram o que criou o sub-estilo “Swords & Sorcery”.

Para quem gosta de aventuras simples, descomprometidas, originais e repletas de detalhes deliciosos, a série Lankhmar é uma aposta segura.



And then Fafhrd’s words froze in his throat. His final argument, which had to do with his own release, remained unspoken. For, suspended in the air immediately in front of the black draperies of the alcove, was the skull of Ohmphal, its jeweled eyes glittering with light that was more than reflection. The eyes of the thieves followed those of Fafhrd, and the air whistled with intaken breaths of fear, fear so intense that it momentarily precluded panic. A fear such as they felt toward their living master, but magnified many times.

And then a high wailing voice spoke from the skull, “Move not, oh you craven thieves of today! Tremble and be silent. It is your ancient master who speaks. Behold, I am Ohmphal!”



Lankhmar, Fritz Leiber, Orion Publishing, 2008

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