quarta-feira, 11 de julho de 2012

Colecção Heróis Marvel – Jornal Público



É praticamente impossível ter crescido nos anos 80 sem ter consumido doses generosas de “revistas aos quadrinhos” de super-heróis. Vem este assomo de nostalgia a propósito da colecção “Heróis Marvel” que o jornal Público iniciou no dia 5 de Julho, com entregas semanais às quintas-feiras.
No total são 15 volumes que abrangem a maioria das personagens mais famosas da Marvel, misturando algumas histórias clássicas, com outras mais contemporâneas. Exemplo dessas histórias clássicas são as que constam precisamente no número de lançamento: “Homem-Aranha – Integral Frank Miller”.
Frank Miller é mais ou menos o deus dos deuses da banda desenhada de super-heróis. Conhecido pelos trabalhos magistrais em “Batman: The Dark Knight Returns” e “Daredevil: The Man Without Fear”, conquistou o pódio com a sua criação maior, “Sin City”, que à semelhança de outra das suas obras, “300”, foi adaptada ao cinema.
Embora Miller seja idolatrado pelo seu talento enquanto escritor, o que este primeiro volume da colecção reúne são as histórias desenhadas por ele no seu início de carreira, para a revista do Homem-Aranha (1979-81). Este é um livro só para os fãs “de outros tempos”. Aqueles que gostam da “silver age” dos comics, com o traço tosco, cores berrantes, e argumentos muito pouco elaborados. Curiosamente, das seis histórias que o livro traz a mais fraquinha é a única que é escrita por Miller.
É de realçar a qualidade da produção final do livro, em capa dura, com material de muita qualidade, e com uma tradução cuidada e – ALLAH É GRANDE – a não seguir o aborto ortográfico. Ainda existe gente de bem neste país.
A única crítica que posso fazer a esta colecção é o seu preço: € 8,90 por volume. Esta é uma crítica que eu faço há muitos anos à banda desenhada produzida em Portugal. O preço é totalmente descabido. É certo que a qualidade justifica-o, mas num país tão pequeno, com uma amostra de fãs tão reduzida, e onde o dinheiro não abunda propriamente é um disparate apresentar estes preços. Parece que se pretende que a banda desenhada seja apenas para algumas elites, o que é absurdo, e leva, invariavelmente, a que tudo o que é lançado neste campo em Portugal esteja condenado ao fracasso. Não fazia mais sentido publicar os livros em “capa mole” (ou lá qual for o termo técnico adequado) e metê-los a metade do preço? Enfim…
Aos potenciais interessados, a listagem completa da colecção, bem como as histórias que se englobam em cada livro, pode ser consultada em: link.
Espero que os trintões nostálgicos que por aí perduram possam matar saudades com este breve momento nostálgico. Por momento podemos voltar a ser crianças, e a “troika” é composta pelo Homem-Aranha, pelo Demolidor, e pelo Justiceiro.

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