terça-feira, 13 de agosto de 2013

The Wolverine


Best Movie Ever. Nunca pensei sair de uma sala de cinema depois de ver um filme de super-heróis e dizer para comigo “Zoh-my-God, este filme é fenomenal, um clássico à altura de «O Padrinho», «Blade Runner», ou «2001, Uma Odisseia no Espaço»”. Acreditem, este filme é mítico!
Pronto, agora que já gozei com os cretinos que lêem apenas o primeiro parágrafo, e não levam o texto até ao fim, passemos a coisas sérias. Este filme é um pedaço de caca que nem para adubar urtigas serve.
Durante a minha infância (ou seja, quarta-feira passada) passei largas horas a devorar as revistas de banda desenhada da Marvel, sempre fascinado pelas suas histórias imaginativas e que desafiavam a realidade. Se as contas não me falham, este será já o sexto filme em redor do título “X-Men”. Já em 2009 a Marvel tinha-se dado ao luxo de fazer um filme dedicado em exclusivo à personagem Wolverine, e esse também foi um daqueles Best Movie Ever, que de tão bom que é não tenho dúvidas que marca presença em todas as listas dos piores filmes de todos os tempos. Mas enfim, lá me conseguiram apanhar distraído e inocentemente dei comigo numa sala de cinema a pensar “bom, pior do que o anterior não pode ser…”. Ao menos aí acertei. Não é tão mau como o anterior, mas faz um sério esforço para estar à altura desse título.
Nem sei por onde começar. Esperem, já sei! Não vejam o filme! Acreditem no Psy. Poupem os vossos 5 euritos, e guardem-nos para coisas mais importantes. Por exemplo, para comprar um par de cuecas novas. É sempre bom ter cuecas lavadas em casa.
A premissa do filme até era boa: explorar a ligação de Wolverine ao Japão, à yakuza, e à sua esposa, Mariko. Tudo isto faz parte do mythos de quem cresceu a ler “revistinhas aos quadrinhos”. Só que o problema está no facto de que quem escreveu este Best Movie Ever perceber tanto de cultura Japonesa como eu, que basicamente se resume ao Dragonball, ao Songoku e às sete bolas de cristal. Os energúmenos de Hollywood acham que basta meter uma armadura samurai em cena, umas quantas espadas penduradas na parede, e umas moçoilas bonitas vestidas com kimono, et voilá! Temos algo ao nível de um Kurosawa! Não, lamento. Tudo neste filme é tão reles, que qualquer pessoa que tenha um mínimo de respeito pela tradição Japonesa vomita três vezes antes do filme chegar ao intervalo.
O filme começa precisamente no dia em que é lançada a bomba sobre Nagasaki, com o Wolverine e um soldado nipónico a sobreviverem à explosão. É pena. Se estas duas personagens estivessem entre as vítimas da bomba, o filme terminava ao fim de dois minutos, e assim não seria tão mau. A propósito, sabem que a cidade de Nagasaki foi originalmente fundada pelos Portugueses? Ora, nem mais. Estão a ver como neste blogue, até a falar de um filme que é um pedaço de cocó, aprendem coisas de jeito?
Mas continuando, depois da bomba o filme (infelizmente) continua. Embora eu não saiba muito bem o que se passa, porque o argumento é tão convincente, e tão bem escrito que a única coisa que “faz sentido” (subentenda-se o sarcasmo) é que aparecem ninjas e há uma viagem num comboio de alta velocidade. E ambos estes tópicos são muito importantes para a qualidade do filme. O Ninja das Caldas consegue ser mais convincente do que estes ninjas, e as cenas no TGV são tão boas que este filme merecia um Oscar “de qualquer coisa” só pelo conceito. O pessoalzinho de Hollywood continua a acreditar que no tejadilho de um comboio que vai a 400 km/h é plausível dar pulinhos e brincar aos espadachins. Bom, ao menos este filme tem o mérito de não ser tão ridículo como o “Missão Impossível”, onde para além dos pulinhos e das facas há ainda um helicóptero preso ao comboio por um cabo. Estão a ver? Eu consigo sempre encontrar coisas positivas em todos os filmes. Mas este até tem uma série de coisas positivas! Por exemplo, dura menos de três horas (o The Dark Knight Rises nem isso); tem intervalo, o que também é positivo, pois significa que das duas horas que estamos dentro do cinema há pelo menos cinco minutos em que o filme não está a correr; e além do mais, não entra o Super-Homem. Eu odeio o Super-Homem.
Nem me vou dar ao trabalho de falar da monumental estupidez que é toda a história desta magnífica obra da Sétima Arte, pois um chimpanzé de três meses consegue perceber quão estúpido e inverosímil e sem pés nem cabeça é TODO o argumento. Anda toda a gente muito preocupada com as notícias de haver cada vez menos espectadores a ir ao cinema. Epá, às tantas é porque já chegámos à conclusão que 9 em cada 10 filmes que lançam valem menos que um par de cuecas lavadas. Ou mesmo sujas, como é o caso deste. Aliás, lanço daqui um apelo a todos os internautas: não façam o download ilegal desta coisa. Respeitem a vossa largura de banda! É um crime ocupá-la com isto…
Ao menos como filme de comédia é extremamente eficaz. Consegue fazer-me rir mais do que todos os filmes do Ben Stiller e do Adam Sandler juntos (outros que também Best Movie Ever). É tudo tão ridiculamente mau neste filme, que uma pessoa chora a rir. Cada vez que eu estiver deprimido, basta-me pensar nos yakuza deste filme, e fico logo curado.
Geralmente, até consigo dizer “bom, mas ao menos a banda sonora safa o filme”. Não! Não, não, não, não, não! Foram buscar alguém (Marco Beltrami) igualmente mau para “fazer uns barulhos”. Em suma, se este fosse um filme mudo, sem som, e onde os gajos morressem com a bomba nos dois minutos iniciais, até era capaz de ser uma coisa decente! E ainda há quem tenha ficado surpreendido por eu dizer bem dos “robots gigantes à porrada com dinossauros” (e vão onze! Hehehe! Aposto que chego às 20 antes do fim do ano!).
No meio disto tudo, só tenho pena do Hugh Jackman. Acho-o um bom actor, e um artista fenomenal (viram-no na apresentação dos Oscares há uns anos?), e acaba por ter que ficar conotado a estas coisas. Não tenho dúvidas que nenhum outro actor assentaria no papel de Wolverine melhor do que Jackman, mas é pena que esteja sempre fadado a participar nestas caganeiras. Ao menos as actrizes Japonesas que contracenam com ele não são com o peixe-morto de que falei no “Batalha do Pacífico”.
Terminando, caso ainda haja alguém que esteja a hesitar e a considerar ir ver o filme, lembrem-se que os conselhos do Psy são sempre úteis. Optem pelas cuecas novas.

Pelo Melhor:
Os trailers que passaram antes do filme começar foram giros… Vá, vá, vamos tentar ter uma postura construtiva. Ok, no filme aparece um arco Japonês (torii) que resistiu à explosão da bomba atómica, e há fotografias históricas excepcionais a assinalar esse facto. E o que é que isto tem a ver com o filme? Absolutamente nada, mas ao menos quem teve o mérito de ler este post na íntegra sai daqui a saber uma coisa nova. Vêem como vos trato bem?

Pelo Pior:
LOL, é mesmo preciso escrever mais alguma coisa? Vá, ok, postura construtiva! O filme tem mais de dois minutos. Essa é a parte pior. Tem algumas cenas memoráveis, pela sua qualidade, como uma onde os maus vão atrás dos bons, e entram aos tiros numa casa de jogos, onde estão muitas pessoazinhas a jogar em slot machines… e que assim permanecem, como se nada se passasse.


P.S. Isto é tão mau que até o próprio trailer tem mais de dois minutos… As minhas sinceras desculpas. Gomenasai!

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